terça-feira, agosto 15, 2006

Trovões

Óleo pintado na cor do céu,
Sentido envolvido na sombra,
Em cobalto esborratado.
Mostra a intenção triste do amanhecer,
Nesta praia morta de sentido.

Do céu chove a confusão travada
Entre combates de anjos e demónios,
Que selvaticamente se destroem sem um fim á vista.
Rimbombante cai sobre a praia
Uma imensa trovoada que,
Raiando os céus em penumbra,
Traz vivacidade á noite sombria.

Como que de avisos de algo vindouro,
Sente-se o calafrio imenso transmitido dos céus,
Que revemos nas altas e vigorosas ondas,
Estendidas a seu bel prazer pela delicada agua sôfrega.
A própria areia se revolta em si mesma com calafrios do que vem.
A rocha também sente quando algo importante acontece…

Mas pouco disto vemos,
Só o dia seguinte nos comove.
Quando vemos nascer um arco-íris,
Que tratamos como um simples contorno no céu,
Mas talvez seja dali que advém o que mais tememos.

Sem comentários: