segunda-feira, janeiro 23, 2006

Sinto-me perder e deixar levar

Sinto-me perder e deixar levar,
Por esta onda disforme,
Calculada em ventos e distorcida em marés.

Num barco á deriva vou para não voltar.
No porto descansa uma vela á qual vou chegar!
Sem norte ou direcção deixo seguir,
Por esse mar adentro de uma leve paixão.

Não sei para onde vou,
Apenas sei para o que vou,
Procurar o tesouro escondido nos braços de uma sereia.
Que canta pela minha companhia,
Ou apenas pela minha visão.

Sigo então para onde for
Para onde tiver de ser,
Por rochas ou rochedos irei seguir até morrer.

Garras da paixao

Vivo irrealizado do que sinto,
Do que sei e do que vejo.
Sobre a mais tensa escuridão de um olhar,
Frio e insensivel.

Não sei como posso ser assim,
Sem emoções,
Sem vida em mim.

Como se de uma pedra me tratasse
E de gelo fosse feito.
Nada ressalta em mim
Nem amor nem paixão,
Nem ódio ou ternura.

Tudo o que chamam de sentimentos,
Passa e não fica.
Pareço imune a tudo,
Nada me contacta.

Até q ela aparece,
Ser virtual na minha cabeça.
Não existia até então,
Não consigo perceber como possa ser real,
Senão já me teria aparecido.

No entanto a sua forma desprovida de censura,
Ao passar, é absorvida pelo meu olhar
E tudo em mim se derrete,
Numa torrente furiosa
De emoçoes estranhas,
De completo alucínio e perda de lucidez.

Perco o rumo, a cabeça sai do lugar,
Rolando para um mundo paralelo
Onde só ela se encontra.
Sinto-me agora perdido,
Desprovido de razão ou lógica.

Tudo o que aprendi até agora
Deixou de fazer sentido.
Ela tem de saber o que me faz!
Mas não consigo falar...

As simples palavras que até então a todos dirigia,
Estão bloquedas por um medo
De rejeicão, nunca antes sentido.

Sinto as veias a palpitar,
O sangue a correr a adrenalina a disparar!
Ela desaparece da minha vista,
E no entanto sei tds os seus contornos,
Completamente vivos na minha memória.
Poderia fazer uma pintura dela se soubesse pintar,
Podia escrever sobre ela se conseguisse
Achar palavras para a descrever.

Apenas consigo passar o que senti então,
Um simples ser preso ás garras da paixão.

Diamantes cadentes

A fluidez entre espaços
Atravessa obliquoamente,
A virtude do amago.

Não mais pode ser absorvido
Nesta tela ao mar plantado,
Exacerbada pela luz incólume,
Que brilha sobre o céu de pequenos diamantes.

Longiquos como o tempo,
No nada perdidos,
Na escuridão vistos,
Apenas por olhos observadores.

Mentes abertas,
Nadam sobre si,
Construindo formas irreais,
Completamente delineadas
Por fios imaginários,
Sobre pedaços cintilantes em queda.

Aos quais pedimos o desejo,
Fútil completamente desprovido de sentido
Ou de imaginaçao.

Pedimos coisas terrenas a algo superior,
Para alem da nossa compreensão.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Embranhando na noite

Sinto-me assim taciturno,
Completamente consumido
Pelas fendas vazias e sombrias,
Do meu leve abrigo.

Na minha alma recupero,
As forças necessarias
Para mais uma demanda na noite,
Na totalidade tenuraria.

Vou-me entao embranhando
Seguramente na noite calma,
Vazia e sombria.
Que aguarda a minha alma.

Preparado ja para tal encontro,
Vou em frente,
Sem desesperar ou desdenhar,
Tal acontecimento.

É agora que vou encontrar
E deixar de paralisar,
De modo inconsequente,
Frente ao pesadelo latente.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Embriagado sigo

Embriagado pelas ruas
Em movimentos sombrios,
Sinto-me descer e levar.

Devolvido ao meu ser irracional,
Rindo invariavelmente,
Descuidando propositadamente.

Sigo pela noite sózinho
Amando o que nao se vê
Chorando pelo que mais tenho falta.


Ansiando pela "donzela de prata"
Elevo mais uma bebida á boca:
"Mais um uisque e isto passa"

Exteriorizo um pouco do halito,
Que subira á minha boca profana
Por livre e expontanea vontade.

Agora já nem os demonios
Que a assombram os meus lábios
Querem de lá mais sair.